Ignoro-te.
(o teu olhar como a ameaça atómica, espalha o terror pelo sono sem abrigo dos abandonados)
Esta noite tem um disfarce de veneno especial. O céu, como uma catedral de estrelas, espalha-nos sobre as almas fés impossíveis, armas apontadas ao epicentro da ilusão que invade a nossa embriaguez imaculada.
Fecho os olhos. Abandono-te, na certeza de ignorares o meu nome, o meu rosto, o meu cheiro.
Fujo de nós. As ruas vomitadas emprestam-me um abrigo provisório, um porto seguro, distante do teu sorriso encantado, apontado à minha perdição. Respiro fundo. Arranco do peito a indiferença instantânea com que me tentaste em vão crucificar. Não há sangue. As ruas continuam as mesmas: os mesmo lugares, as mesmas casas, os mesmo bares, os mesmo olhares.
Estamos exaustos
(ausentes um do outro)
Não te conhecer foi a melhor coisa que me podia ter acontecido.
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