sábado, novembro 03, 2012

deo ignoto

Ignoro-te.

(o teu olhar como a ameaça atómica, espalha o terror pelo sono sem abrigo dos abandonados)

Esta noite tem um disfarce de veneno especial. O céu, como uma catedral de estrelas, espalha-nos sobre as almas fés impossíveis, armas apontadas ao epicentro da ilusão que invade a nossa embriaguez imaculada. 

Fecho os olhos. Abandono-te, na certeza de ignorares o meu nome,  o meu rosto, o meu cheiro.

Fujo de nós. As ruas vomitadas emprestam-me um abrigo provisório, um porto seguro, distante do teu sorriso encantado, apontado à minha perdição.  Respiro fundo. Arranco do peito a indiferença instantânea com que me tentaste em vão crucificar.  Não há sangue.  As ruas continuam as mesmas: os mesmo lugares, as mesmas casas, os mesmo bares, os mesmo olhares.

Estamos exaustos 
(ausentes um do outro)

Não te conhecer foi a melhor coisa que me podia ter acontecido.

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