O meu silêncio
em forma de escudo
estilhaçado, despedaçado
cada vez que te vejo passar.
Evitar-te como o condenado evita
a morte: em vão.
Fujo-te e encontro-te,
e quando
finalmente te escapo
invades-me os sonhos
em cenários impossíveis:
as tuas mãos morenas, abertas
num gesto tão impossível
que me faz
acordar;
os teus lábios
nos meus
a recordar beijos,
a prometer alegrias...
Cada vez que me julgo a salvo
assaltas o desassossego
das minhas primaveras
com olhares à prova de bala
e gestos esquecidos
impermeáveis ao esquecimento
a recordar-nos pesadelos melhores.
Sem comentários:
Enviar um comentário