domingo, janeiro 29, 2006

Se às vezes jorra de mim
um canto sem musa
trémulo, insistente
que seja esse que se ouve
na mais alto montanha
na noite mais escura
na casa mais suja
esta canção desesperada
raiva que arde em dias de lume brando.

Em cada olhar cinzento
em cada vestido flor, cinzento
cimento, em cada viagem
prados de alcatrão dormente
árvores plásticas, raízes tumulares.

Levem-me à destruição
dos campos a afundar-se no mar de pedra e pó
larguem-me os olhos que chorem
mostrarei num lancinante berro animal,
desumano, estas realidades vivendo normais
estas ilhas, Atlântidas inocentes
despedaçando-se no sentido
do progresso, para trás.

Morreria vendo a vida morrendo,
Vivo vendo a morte nascendo.

2 comentários:

Anónimo disse...

este é um bcd complicado...kd o escreveste??Axo k temos tds k viver vendo a vida vivendo...digo eu!e vendo a/as vida(s) nascendo!:p k confusão!

luv u*****

mjm disse...

despedaçando-se no sentido
do progresso, para trás.

Morreria vendo a vida morrendo,
Vivo vendo a morte nascendo.



ficaram aqui, a ressoar...