Que rios de anos se alargam
em tempestuosos correntes, cavalgando
e fogem os tempos, e chegam modernos
outros, eras tão escassas.
Um dia eram poetas os escondidos
os proibidos, de talentos tumultuosos
em tempos a pela servia de folha
e unhas reclusas, gastas de fome, sem pena...
Como vinho a poesia esperava
décadas, ainda?, para cantar
poemas e cantos e odes.
Ao passar dos tempos
o som do canto que espera a liberdade
ergendo-se magnânimo, para sempre
poesia do passado...
Poesia do presente que te confundes
no versejar fácil das palavras
que são como madeira podre numa fogueira
desvanecendo...
Fedem os nossos sentidos, nauseabundas letras
vãs, palavras colados em versos que não são
e poemas chamam às torrentes insípidas de rimas
gentes confusas sem saber querer de verdade
perdendo a poesia, perdendo o pouco de poeta
que ainda nos resta
em lamaçais de falso lixo
espalhados ao vento em versos de plástico.
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