estamos longe.
ao longe é bem mais fácil fingir
a indiferença;
a minha vida quase vazia
da tua
voz em forma de gargalhada
como um punhal apontado à felicidade.
os teus ombros de neve nos meus
sonhos apagados de nós.
esticamos a alegria como um elástico
em sinais de fumo e desespero.
não conseguimos o amor,
mas esta saudade que vestimos
fica-nos tão bem!
como uma primavera
no rosto ou uma ideia nuvem,
branca,
a nevar esperanças nos nossos meses,
disparados como cometas,
à velocidade da luz do esquecimento.
não temos lágrimas;
temos sorrisos
à prova de balas
à prova de nós.
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