sábado, maio 25, 2013

ao longe, de perto

estamos longe.
ao longe é bem mais fácil fingir
a indiferença;

a minha vida quase vazia
da tua
voz em forma de gargalhada
como um punhal apontado à felicidade.

os teus ombros de neve nos meus
sonhos apagados de nós.

esticamos a alegria como um elástico
em sinais de fumo e desespero.

não conseguimos o amor,
mas esta saudade que vestimos
fica-nos tão bem!
como uma primavera
no rosto ou uma ideia nuvem,
branca,
a nevar esperanças nos nossos meses,
disparados como cometas,
à velocidade da luz do esquecimento.

não temos lágrimas;
temos sorrisos
à prova de balas
à prova de nós.

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