Detritos púrpura.
Compassos, intermitentes, raios de sol
nuvens, vento, agulhas e água injectada de sangue.
Sons, explosivos e inanimados.
Mortes. Memórias desconexas.
Um avô numa cadeira
um orgasmo imaginário lembrado ao pormenor
fantasias de aço, linhas desfeitas
verso recortados, como pedaços de carne
ideias assassinadas por palavras.
Serras e vinhos e medos
misturados. Veneno compósito para a morte
em ebulição. Um linha de guitarra
que de repete é a dor lancinante de um pesadelo de muitas vidas atrás.
O tempo dobra-se, sobrepõe-se.
O medo do rapaz de cabelos
destruídos, cheio de esperanças, encontra o sorriso
de um adulto convencido da solidão no
mesmo rosto, um rosto único, intemporal, em que
esperanças e brinquedos se espalham
de mãos dadas com o sorriso suicida de quem aprendeu enfim
a abraçar a solidão definitiva.
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