O teus olhos
cada vez que digo "o tempo"
quando me apanhas distraído no teu sorriso
a gostar de ti sem querer.
Os teus sorrisos
cada vez que te respondo isto ou aquilo
como o mar e o céu em explosões
de apocalipses que ninguém percebeu.
As tuas mãos, tão perto
quando nos afastamos a fingir a indiferença
na serenidade deste inverno
nuclear como outro qualquer.
O mar. O céu.
As cores todas do fundo do tempo e da memória.
Os invernos de todos os tempos
condensados,
presos no teu sorriso cada vez que me começas a esquecer.
Tudo: o sangue, o tempo,
as tempestades de luz, e o mundo,
tudo, no teu olhar que tenta em vão explicar-me o desamor.
O teu olhar, e a pena
a pena imensa de não sabermos sentir
mais que um par de sorrisos indiferentes,
neste inverno como noutro qualquer.
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