sexta-feira, agosto 18, 2006

Nunca irás entender a incondicionalidade do meu amor. É uma fatalidade que preciso de respeitar para sobreviver. Mas tu não entendes. Não percebes que o mundo deveria desabar numa vénia imensa sempre que passas. Que todos deveriam fechar os olhos e a boca quando tu falas. Não. Nunca vais perceber que o mundo gira apenas para te ver sorrir. Que um gesto teu nos pode salvar a todos. Que o silêncio se inquieta enquanto a tua gargalhada não chega. Que o nevoeiro só se desfaz em orvalhos carinhosos quando te vê passar.
Nunca iremos ouvir os coros celestes. Os anjos pousaram as harpas para te poderem ver dançar. As máquinas calaram-se, esperando timidamente o estalar das tuas palmas entusiasmadas.
Mas tu não sabes.
E assim, colhes flores no jardim sem realmente saberes que o mundo é todo teu.

1 comentário:

Anónimo disse...

Simplesmente maravilhoso.
De essência ímpar.
Efervescente.
Inexplicaelmente belo.