quarta-feira, abril 05, 2006

eu sofro mais por ser poeta
porque sinto mais fundo
mais dentro, mais longe...
porque as lágrimas das faces comuns
me escorrem na alma de vidro
deslizando o seu suave recorte pelo gelo
das minhas entranhas cansadas,
do meu ventre aberto à dor do mundo
que o viu nascer
que o viu viver
que o viu sofrer
por ser ventre de poeta
e ser poeta é ser sofrer...

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