domingo, junho 10, 2012
a chuva, lá fora
Há chuva, lá fora.
Nas nossas mãos, réstias de lágrimas
que desenhamos por acidente cada vez que nos evitamos.
Enquanto a cidade se afoga,
a verdade começa vir à tona;
esgotos de memórias inundam as ruas
e o lixo acumulado no fundo da espera
toma finalmente a cor pálida da esperança desabitada
que se esconde no fundo de nós.
Somos isto:
um cemitério de sorrisos,
ou uma série de autocarros perdidos com destino à ilusão.
Eu continuo assim,
a afogar-me deliciado num poço de lembranças
enquanto esta cidade maldita chove inteira dentro de mim.
Porque no fundo é isto que nos resta:
a espera ansiosa pelo delúvio definitivo
que nos embrulhe entre as ruínas de luz e os vestígios de esperma contaminado,
e nos devolva de uma vez por todas ao esquecimento.
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2 comentários:
olá meu rico
nem sempre o esquecimento é a chave para um novo futuro, somos feitos de lembranças e tanto as boas quanto as ruins tem seu devido valor
mas gostei da forma com que brinca com as palavras
bjim se cuida
Obrigado =)
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