quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Há uma sombra.

Há uma sombra
no teu lugar à mesa, preenchido
pela Ausência.

Há uma sombra
no despedaçar ruminante dos momentos,
nos espaços vazios entre almoços
e jantares, em que esperamos por ti.

Há uma sombra
no vácuo que nos engole as palavras,
a disfarçar a indiferença impossível de estares longe.
Há uma sombra.

Há uma sombra
que nos cobre;
Uma sombra tenebrosa que nos lembra
que nenhum de nós viverá para sempre,
e tu também não.

3 comentários:

Marta Eusébio Barbosa disse...

Foi um prazer conhecer nova boa poesia ontem na FNAC.
Vou fazer-me de convidada.

Kordny disse...

Obrigado!

Quem já está convidado não precisa de se fazer de convidado =P *

Anónimo disse...

e uma coisinha mais alegre não? trevas, sombras, demónios e sangue a esguixar para o tecto vindo de uma carótida mal esquartejada são coisas fixes mas é naquela... que tal uma poesia quimbarreiriana? isso é que era :)
JB