Estavas sentada ao meu lado. Eu lembro-me. Era um mês de Agosto qualquer. A névoa aproximava-se da nossa indiferença como ossos esquecidos do tempo. Não nos mexemos, mesmo quando a névoa turva de gelo nos envolveu num laço húmido, talvez de ternura. Ou morte. Quando as horas se cansaram de esperar pelo fim do meu lápis quase infinito, as ondas pediram licença para nos engolir. E, enquanto fugia, forçado pelo ter que ser do futuro, podia jurar - sim, de certeza - no canto do olho, vi-te, voltada, a sorrir para mim com se eu te entregasse por fim ao paraíso granítico do fundo do mar.
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