a cidade está quase pronta para ti.
as praças foram limpas de todos os pecados
das janelas pendem grinaldas e provocações apontadas ao teu sorriso.
os sem abrigo vestem casacos cosidos de flores e ensaiam pelas ruas danças acrobatico-felizes.
apagamos o lixo
desligamos a chuva
e o sol desliza pelas nuvens irresistivelmente em busca do teu olhar.
há músicos nas ruas a ensaiar as tuas músicas
mesmo aquelas que não te lembras de gostar.
temos bailarinas, bolos, cavalos e procissões
ansiosos para começar
e, de repente, percebo:
tudo isto não interessa;
estás para sempre condenada a merecer muito mais...
A cidade esconde-se.
espero-te, a medo,
no fundo da rua
armado apenas com um sorriso
na esperança que um abraço seja suficiente para te trazer de novo a casa.
sábado, janeiro 12, 2013
sexta-feira, janeiro 11, 2013
uma noite só
Lembraste, quando, no cimo da colina, me deste a conhecer a tristeza toda do mundo?
Trazia-la escondida entre os lábios semicerrados, rendidos aos movimentos hesitantes dos meus.
Era uma noite assim, a ameaçar ser fria, e os graffitis tentavam em vão distrair os nossos olhares, fixos, um no outro, até ao fundo do mar.
Ao partir, beijei-te o rosto adormecido e quase te agradeci por me teres ensinado que a felicidade afinal pode durar uma noite só.
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