terça-feira, abril 09, 2013

Dias de morrer

Há dias em que me atacas.

Atravessas as fotografias de memória em punho e esquartejas a solidão.

Há dias em que me atacas.

Surges do nada, a sorrir melancolias, como uma criança que diz adeus desde o fim do amor.

Há dias em que me persegues.

Dias sem noite que se esticam pelo teu corpo como a saudade, em chamas.

Dias que não têm nome, ou horas, ou jardins.

Em que as nossas ruas se cruzam em cidades diferentes, e me contas o segredo do teu nome.

Cidades diferentes com cemitérios iguais.

Há dias em que me morres.

Dias negros em que te sei ausente como a esperança.

Dias em que me lembro de te esquecer.

Dias em que me recordas, dias secretos em que me tentas matar.

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